Te vejo a noite...

Te vejo a noite...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A noite se apresenta lentamente, os bramidos de guerra se faz presente e a morte companheira constante de seres desafortunados olha de esguelha para as suas proximas vitimas....








Crônicas do tempo das trevas em Orion.
Mia Hertz.

Sylphion e Ariadne.

O entardecer já caíra há muito, no entanto um guerreiro de proporção gigantesca continuava com sua ferrenha batalha, espada e homem dançavam ao sabor da melodia da morte, em um bailado que ao mesmo tempo era belo e macabro.
Era um embate de vida e morte, o cansaço lhe tomava a cada segundo que escoava, era a adrenalina que o lhe mantinha em pé, o aroma de sangue empesteava o ar, aguçando o seu olfato e aumentando a fome que lhe revirava o intestino, latejando e lhe deixando com boca salivando.
Ao seu redor os cadáveres se amontoavam, jazendo em poças de sangue que misturada com a terra, enlameava aos seus pés desnudos, enquanto que os feridos se rastejavam fugindo da sua feroz voracidade letal.
Ele já esquecera a muito de sua humanidade, hoje servia apenas como um instrumento de aniquilamento na guerra dos humanoides contra os deuses.
A sua espada era a extensão do seu corpo, era a sua companheira, esposa, amante e amiga. Ou seja, tudo em sua vida.
Estava contando os minutos para que esse combate terminasse para poder se apossar da parte que lhe cabia no butim.
Ele já sonhava acordado com o doce sabor tenro da carne macia das crianças e mulheres da vila, estava tão distraído pensando em como iria degustar aos nacos de carne, que não percebera o que lhe ocorreu.
Quando se deu conta, já era tarde demais, estava envolvido por um corpo ondulante, viscoso, macio e gélido que lhe envolveu.
Foi quando sentiu o abraço mortal que lhe esmagava lentamente, lhe comprimindo pernas, tórax e braços.
Olhou a criatura que lhe enrodilhava, era meia serpente e meia mulher, um ser gigantesco.
A mulher era formosa, alva e com longos cabelos negros, seios brancos e desnudo, empinados como se tivesse sido feito a mão.
A boca rubra prometia mil prazeres e olhar dela esquentava a alma dos mais gélidos homens.
Ele sentia a vida esvair a cada aperto que era dado, mas estava sendo doce morrer nas mãos dela.
Por que, ao mesmo tempo, que era esmagado e dilacerado internamente, era seduzido pelo olhar dela, que lhe prometia o paraíso, a luxúria nunca antes visto e o acolhimento.
Ariadne sussurrava palavras amorosas ao guerreiro, enquanto que lentamente aproximava-se dele, esfregando sensualmente o dorso nu no corpo másculo, olhando-o luxuriosamente encosta os belos lábios rubros nos dele.
Lambendo lentamente eles, roçando docemente os dentes neles, beija-o sofregamente.
Sylphion ao senti a carícia, senti como se mergulhasse em aguas misteriosas e turvas, embalado pelo doce sabor feminino, se entrega ao narcótico prazer que ela lhe proporciona.
Respirando o mesmo folego que o dela, aprofunda mais o beijo e exala o seu último fôlego dentro da boca feminina.
Quando de repente, sente a sua língua ser arrancada de uma só dentada de sua boca e ser partido em dois no abraço mortal da fêmea que o abraça tão docemente.
Agonizando entre os braços dela, vê os seus membros inferiores caídos no solo, com o sangue empapando-os.
Fecha os olhos e se entrega ao frio da morte, que como amante querida lhe acolhe entre os braços, entre uma luta e outra, perdoando aos seus feitos e curando as suas feridas.
O guerreiro carnívoro finalmente encontra o descanso eterno nos braços de Ariadne.