Te vejo a noite...

Te vejo a noite...

domingo, 27 de março de 2011

Olimpo foi literalmente colocado de pernas para o ar, como é possível um caso tão estranho como esse....

A Dama de Vermelho.

Mia Hertz.



Orion, 25 de março de 3035.

Décimo primeiro planetoide do cinturão de Orion.
“Nesse planeta, tudo acontece de forma inesperada que chega a ser atípico! Estamos em plena primavera, onde sensações e sentimentos estão à flor da pele. Graças a Zeus, que existem os prostíbulos, pois já imaginaram o que seriam de nós mulheres decentes se os homens quisessem afogar em nós os seus desejos e taras reprimidas!” imperatriz Claudia Máximo II.

Fazia um calor insuportável, parecia que as cancelas do inferno tinham sido abertas e a alta temperatura das fornalhas infernais foi liberada.
A metropólis fervia e exalava no ar uma miscelânea de aromas de corpos suados e fedidos, perfumes adocicados e amadeirados, monóxido de carbono e outros tantos gases que fazem parte do cotidiano das grandes cidades.
No subúrbio, numa rua má afamada e feia. Um velho casarão se destacava no ambiente pobre, devido à opulência do imóvel.
Ele era o bordel mais antigo da cidade. Sua fama corria em toda região, pois as prostitutas que lá trabalham eram as mais requisitadas e as mais jeitosas na profissão.
Dentre as garotas da Dona Ofhélia, existia uma que parecia completamente deslocada naquele ambiente.
Apesar de estar sempre vestida a caráter; espartilho, tanga, meias e
Salto agulha vermelha.
No grande hall só ressoavam os toc toc dos sapatos dela. Possuía a cútis branca, cabelos pretos e a boca carnuda rosada.
Os seus traços transmitiam uma ambiguidade, entre a inocência e a malícia.
Entrara nessa profissão empurrada pela necessidade e pela miséria, pais dos pobres, desvalidos e dos famintos.
Não gostava do que fazia, no entanto, fora vendida ainda criança a D. Ofhelia.
Crescera e se criara na cozinha ajudando a velha cozinheira. Quando fizera 17 primaveras a dona do bordel lhe notou dando inicio ao seu martírio.
Fora leiloada, abusada e jogada no submundo da prostituição.
Os anos se passaram, o corpo se arredondou e o coração se tornará uma pedra de gelo, que apenas pulsava...
Anoitecia lentamente, o casarão ganhava vida e as outras garotas davam sinal de vida.
Ela decidirá que essa seria a sua última noite naquele antro, pois teria a sua liberdade a qualquer custo. A adaga já estava pronta, embaixo do travesseiro, hoje iria abrir os pulsos e voar para longe de tudo isso.
Vestira o seu melhor espartilho, untara o seu corpo com o melhor óleo de flores e seus cabelos brilhavam como a asa da graúna.
Perdida em seus pensamentos não observava que as horas escoavam e que a porta corrediça já fora aberta e que os primeiros clientes já estavam chegando.
A nata da sociedade fazia do Bordel das Esmeraldas o seu point, de vez em quando algum pequeno burguês ou guerreiro bastardo se atrevia a frequentar, desde que tivesse alquim em abundância.
Sem falar nos mutantes originários de outros planetoides e extraterrestre vampiros, que eram os fregueses mais assíduos e mais generosos em todos os sentidos.
Os deuses de vez em quando gostavam de promover grandes orgias, regadas com vinho e ambrósia, sem falar nos prazeres transloucados que proporcionavam as garotas.
Observando o continuo movimento, não percebe a aproximação do homem ao seu lado.
O espécime não era o dos mais altos e possuía boa forma.
O traço do seu rosto denotava determinação e os olhos possuíam uma chama que atraia a todos que o fitavam.
Os lábios tinham um quê de devassidão, como se prometesse noites ou mesmo dias de tórridas paixões.
Não possuía delicadeza em seus traços ou em seu andar, estava mais para um predador do que para um politico.
Segurando-a pelo cotovelo, sai andando em direção as escadarias, subindo-as em rumo aos quartos, perguntado:
-Onde é o seu quarto, minha flor?
Surpreendida pela voz macia e cálida, em um ser tão rude.
Tropeça antes mesmo de responder. Sendo auxiliada por ele, guiando ao guerreiro até a sua alcova.
Abrindo a porta, o aposento rescende a lavanda e a limpeza, no centro do ambiente uma gigantesca cama parecia convidativa.
O homem estanca parado estupefato pelo tamanho da cama e pela alvura das paredes.
O quarto parecia um ambiente a parte daquele antro, possuía uma atmosfera imaculada até santificada.
Olhando para a mulher a sua frente sente a luxuria percorrer o seu corpo.
Seu bumbum estava coberto apenas por um minúsculo fio vermelho que descansava lascivamente entre as nádegas alvas.
O espartilho afinava a cintura feminina e empurrava os seios para o alto, o que destacava ainda mais a sensualidade dela e as meias cobria das coxas aos pés como uma pele escarlate, destacando as pernas e chamando atenção para a pele sem mácula.
Tomado pela lascívia, ele abraça a pequena mulher pelas costas, cheirando e mordiscando lhe a nuca.
Enquanto a guia para a cama, ao chegar, vira a garota, estreita em seus braços sentindo os seios femininos ser esmagados em seu tórax.
Procurando pelos lábios dela, mordisca o inferior e introduz a língua entre eles.
Provocando e chupando a língua dela. Suas mãos percorrem o delgado corpo, sentindo a maciez da carne e da seda que o recobria.
Quanto mais aprofundava o beijo, mais a mulher tremulava e roçava em seu corpo.
Introduzindo a mão na junção das pernas dela, acaricia o sexo feminino sob a renda, quanto mais carinho que faz, mais úmido fica o tecido.
Embriagado pelo prazer e excitado pela resposta passional dela, lhe rasga calcinha, se apropriando do seu sexo.
Tocando cada vez mais atrevido, instiga o prazer da parceira, que literalmente rebola em seus dedos, arfando, gemendo e sugando-lhe a língua, como se a mesma fosse o pênis dele.
Ora acelerando ora pausadamente, ele a leva aos píncaros. Afastando os lábios dos dela observa o rosto rubro, os lábios inchados e a íris escura dilatada pelo prazer.
Se abaixando ele retira à meia 3/8 da perna feminina, enquanto mordisca e chupa a pele macia.
Com a meia em mãos, amarra e prende os seus braços para trás.
Em seguida retira a outra e venda aos olhos dela.
Tornando a beija-lhe a boca, suas mãos procuram os seios femininos acariciando e indo a busca dos mamilos.
Sentindo o corpo dela tremular de prazer, para a caricia e desce a mão lentamente para o púbis. Acaricia o sexo úmido a levando a loucura.
Beija-a mais uma vez e acaricia firmemente o seu sexo, introduzindo dois dedos no canal macio.
Observando enquanto a garota rebola freneticamente nos seus dedos. Retirando-os, escuta o lamento feminino.
Sorrindo satisfeito, abre e desce a calça, aproximando o membro turgido e ereto à face dela.
Levando-o até os lábios dela, olhando quando o mesmo se entreabre de surpresa.
Guiando ate a boca dela segura-lhe a cabeça através da nuca e introduz o pênis no interior morno.
Sente quando a língua rosada e macia envolve a glande, acariciando todo o órgão.
Sugando-lhe avidamente o pênis, levando-o à loucura.
Sentindo arrepios, calafrios e a luxuria lhe aquecer a alma, aumenta as estocadas, guiando a cabeça dela, a cada impulso.
Envolvida pelo prazer, impulsiona ainda mais a pélvis, enquanto geme sentindo cada compressão dada.
Afastando os quadris retira o pênis do interior macio.
Inspirando profundamente, procurando controlar a enxurrada de emoção que lhe toma.
Cuidadosamente coloca a garota de quatro, ajeitando-lhe a cabeça de encontro ao colchão, empinando a alva nadegas.
Segurando-a pelos quadris, ele a penetra de uma só estocada, enquanto urra ao sentir a vagina dela envolver o seu pênis como uma luva.
Movimentando aceleradamente os quadris, se deixa levar pelo o seu desejo.
Erguendo uma de suas mãos, lhe dá uma sonora palmada em sua bunda, deixando-a rosada e quente.
Entre gemidos e rebolados, a dama de vermelho sussurra:
-Maissssss!!!
Atendendo aos pedidos dela, ele lhe dá outra, vendo o pequeno corpo tremer de prazer.
Excitado ainda mais, ele acelera mais forte, os movimentos e mais profundo. Quando escuta os gritos excitados de sua companheira, que no ápice do orgasmo, empurra ainda mais as nadegas de encontro ao quadril masculino.
Nesse momento, o espartilho se rompe e asas brancas, se estendem. Ele envolvido no seu gozo, se surpreende fascinado pelas asas que se abrem perante os seus olhos.
Abrindo os braços, ele urra de prazer e de contentamento.
Finalmente encontrara o seu anjo a tanto perdido. Nesse instante, libera o seu verdadeiro eu; garras, dentes e chifres.
Olhando-a, lhe fala:
- Finalmente a encontrei licht.
Ela docemente responde:
- Porque você demorou tanto, Damon? Estava morrendo sem ti. Abraçando-a, beija a nuca feminina, se deitando.

terça-feira, 15 de março de 2011

Algo a ser pensado a noite...

O último pensador!

Século XXV, em um planeta qualquer, em uma constelação qualquer...
“O mundo é um paraíso, desprovido: de doenças, pestes, calamidades, desgraças e mortes”... Os seres são perfeitos, belos e vivem harmoniosamente e plenamente.
Hoje, somos homens felizes! “Não possuímos as imperfeições ou questionamentos dos nossos antepassados...” Discurso do Imperador: Luiz XVI.

Em uma noite qualquer:

A lua estava em seu ápice, radiante e belíssima.
O mesmo não poderia se falar da minha pessoa, pois escolhera esse dia para pôr um ponto final em minha enfadonha existência.
Andando rumo à praia, observando e admirando a paisagem que ao mesmo tempo me encantava e oprimia ao meu ser.
Estava em uma era a qual não pertencia e em um mundo a qual não se enquadrava, racionalmente ou emocionalmente, me sentia deslocado desse universo tão perfeito, que era tão estático e dogmático.
Cansada e derrotada me encaminho para o meu sacrifício final, dentre tantos a qual já fiz em torno de uma longa existência.
Não vivemos mais oitenta ou noventa anos, vegetamos centenas de anos presos em invólucros de feições rejuvenescidas que parecemos está sempre na casa dos vintes e tantos...
Mera ilusão, pois no interior a alma envelhece de tal modo que tudo e todos passam a serem as mesmas coisas, sem distinções, que horror...
Banalizamos toda uma existência, vivemos em um contexto plastificado suspenso no tempo e no espaço.
Graças a anos de avanço tecnológicos, não adoecemos e consequentemente não morremos, não possuímos as mesmas inquietações que perturbavam aos nossos ancestrais: O temor de morrer!
O mundo se tornou previsível, enfadonho e sem conquistas internas a serem conquistadas. O aprender vem em capsulas que ao serem tomadas são assimiladas e nos apropriamos do conhecimento, sem esforço algum.
O ato de viver, amar e comer perdeu todo o sentido, somos meros casulos sem rumo enfastiado de tanto existir.
Finalmente a praia está próxima, as ondas arrebentam nos rochedos, a luminosidade da lua clareia luxuriosamente o oceano como se o acariciasse. A amante gélida se entregando ao calor da paixão.
Olhando tudo pela ultima vez, abro os braços, respiro pela ultima vez o poluído ar das metrópoles e me lanço no vazio do penhasco, enquanto declamo pela última vez o poema que fiz para ti ser ingrato:
No encanto do canto
Mergulho no recanto
Mais afastado do manto
Sem, no entanto,
Envolver no desencanto que sinto ao vê-lo.
Procuro abraçar e acolher a tão desejada e querida morte, minha amante póstuma.


Conto: Mia Hertz.
Poema: des/encanto – Mia Hertz
15/03/2011

domingo, 13 de março de 2011

Na noite...

Ela se encontrava presa, vendada e indefesa em um local a qual não conhecia.
O seu coração batia descompassado porque não saberia dizer o que estava ocorrendo,
Estava deitada em uma cama desconhecida, apenas de roupas intimas.
Uma música tocava ao longe, um rock alemão, a batida entrava em seu corpo, desviando um pouco do temor que lhe assaltava.
Tentando se soltar, só fazia com que se machucasse ainda mais.
Foi quando sentiu uma leve caricia em seu pé direito, a mesma ia subindo pela panturrilha e avançava centímetros acima em direção à coxa.
A sensação mesclada de medo e de prazer começou a lhe atormentar, a cada centímetro de pele percorrida.
Arrepios percorriam o seu corpo e um calor languido ameaçava tomar o seu corpo a cada instante.
Nesse instante, sentiu a proximidade de lábios que se aproximavam de sua boca, enquanto que mãos percorriam levianamente o seu corpo. Ao chegar aos seios, abarcam os mesmos e o apertam carinhosamente.
Os seus lábios são lambidos preguiçosamente, sendo instigados a corresponderem ao carinho. Entreabrindo os mesmos, permite a intrusão da língua atrevida.
Sugando e acariciando, se entrega ao beijo, procurando se afogar nele, sendo tomada por um desejo tão violento, que a sua única preocupação é tentar aproveitar o máximo daquela boca que estava profundamente colada na sua.
Impotente, não consegue agarrar o ser que lhe dá tanto prazer em um simples beijo, se contorcendo procura se esfregar no corpo sólido que esta ao seu lado. A cada contorção o seu prazer aumenta, nesse momento, ele dá suaves beijos em seu rosto, seguindo em direção ao seu pescoço.
Chegando nele, crava os dentes e enquanto que suas mãos lhe agarram com mais força o corpo miúdo amarrado que está ao seu lado.
Entre gemido e arfados, a mulher se entrega as sensações que bombardeiam ao seu corpo, quando é surpreendida pela mão dele entre as coxas alvas e macias.
Tateando lentamente ele procura o casulo do prazer feminino, ao encontrar percorre e o manipula, levando a sua companheira a loucura, enquanto segura o quadril dela impedindo os movimentos frenéticos dela.
Aumentando a pressão, aproxima os lábios da virilha feminina e salpica leves beijinhos, em toda sua extensão, no entanto sem descuidar das caricias intimas.
Abrindo as coxas femininas, ele aproxima os lábios do púbis dela e enterra a boca em seu sexo.
Sugando lentamente e constantemente, aumentando o ritmo de acordo com os arfados e gemidos dela, sentem em sua boca os tremores que sacodem a mulher.
Tomada por sensações e por desejos que lhe bombardeiam todo o seu ser, ela se entrega as mesmas e se deixa levar pelo orgasmo que toma o seu corpo.
Abrindo as pernas dela, ele se enterra na maciez e a penetra em um só movimento.
Impulsionando o corpo, ele entra e sai seguindo os seus instintos, se entregando ao sua luxuria ele se deixa levar.
Os seus gemidos se reúnem com a da sua companheira, colocando os braços ao redor do corpo dela, enquanto penetra ao som da melodia que estoura lá fora, ele mergulha a sua boca na dela.
Beijando como se esse fosse o seu último beijo, respirando por si e por ela, enquanto bate mais os seus testículos ao encontro da alva bunda.
Envolvidos, mergulham em um oceano de sensações que engolfam a ambos e os levam ao orgasmo. Caindo sobre o corpo dela, retira a venda e a olha nos olhos; beijando-a intensamente.
Tirando os lábios dos dela, ele fala em seu ouvido sensualmente:
-Eu lhe disse que você iria adorar fazer amor desse jeito, Heloise.





By: Mia Hertz.

terça-feira, 8 de março de 2011

O ocaso de Luna - Mia Hertz


Gazeta Orion 28/ 02/ 3028.

“Crimes sem soluções atormentam aos pacíficos moradores e deixam em polvorosa aos Deuses do 13º Planeta”


27/02/3028.

O décimo terceiro planeta de Orion é pitoresco e único em todo o sistema solar. Devido ao seu clima, fauna, hábito e costume serem tão parecidos com o antigo planeta terra.
Somos uma sociedade escravocrata democrata, que enaltecemos as virtudes, a sabedoria e a razão.
Os grandes Deuses gregos eram os nossos protetores e guardiões, no entanto, há cem mil anos atrás, após o impacto de um cometa em nossa crosta terrestre.
Surgiu um ser magnifico de força sobre-humana, um Deus de beleza impar que desbancou a todos os outros e tornou-se o protetor e patrono da nossa polis.
Entramos no apogeu graças a ele, mas nem tudo é um mar de rosa em nossa cidade.
Existe um lugar tenebroso, um verdadeiro enigma que desafia a todos e a tudo que é racional.
O local a qual narro, não é um reles, ou mesmo um simples e sujo beco. E sim um fétido, escuro e horripilante, que afasta a todos de sua proximidade. Pois, nenhuma criatura em sua sã consciência entrava ou chegava próximo dele.
Segundo as más línguas; Cérbero, o cão de Hades, fizera desse local a sua guarida.
Enquanto outras diziam que um zumbi escamoso do décimo oitavo planeta tinha feito do local a sua toca, empesteando o ambiente com seu odor pestilento e devorando as suas vitimas.
No momento, não existia consenso entre os falantes, mas era de opinião geral que o beco das quatro estações era um território perigoso e proibido para animais, humanoides ou mutantes.
Entretanto, como toda regra tem a sua quebra ou exceção, ela seria rompida na figura de um belo humanoide escrava recém-chegada do decimo quinto planeta, nomeada por Luna.
Ela possuía a tez alva, parecia que tinha roubado o brilho da lua terráquea, traços delicados e mimosos, uma boca que chamava atenção e despertava o interesse daqueles que a olhavam, era uma verdadeira boneca de porcelana. Um ser que despertava desejo e fantasias naqueles que a olhavam.
Ela andava nas proximidades do beco, quando uma tempestade de meteoros riscou e bombardeou o planeta.
Temerosa em se machucar ou mesmo em perder a vida, Luna sai em busca de abrigo para se proteger.
Correndo em zigue e zague pelas vias, procurando fugir dos projéteis fumegantes celestes.
Receando acabar frita ou mesmo achatada pelos corpos celestes que caiam em plena combustão no solo fazendo o maior estrago nas avenidas, nos prédios e nas florestas.
Luna corre olhando as enormes crateras fumegantes que estavam expostas como postulas virulentas estouradas que minavam um liquido viscoso incandescente.
Entretanto, algumas pessoas desavisadas e desafortunadas não tiveram a mesma sorte de Luna, pois foram atingidas em cheio pelo meteoro, restando apenas cinzas, buracos, pedaços de carne chamuscada e fluido vermelho alaranjado incandescente.
Os simplórios oravam pedindo a Zeus que parasse com toda aquela tragédia, prometendo ao Deus; o mundo e o fundo.
Mas, a calamidade não dava trégua, era como se o Tártaro tivesse sido aberto e os demônios estivessem soltos fazendo a sua festa particular na superfície.
Luna se pôs a correr em busca de abrigo no mal falado beco. O mesmo rescendia a enxofre, bolor e cheiro de carniça.
Tampando o nariz a pequena escrava entra no local; rezando e pedindo a Atenas proteção e sabedoria.
A cada passo dado, o odor aumentava e o calor se tornava insuportável, parecia às fornalhas de Hefesto de tão quente que estava.
Se aventurando interior adentro sem se preocupar com o odor fétido ou calor infernal, enquanto falava para si mesma:
_ “como a minha velha avó dizia: A dor ensina a gemer e você tem que aguentar cada pancada da vida!”.
Ao seu a escuridão imperava, ela não conseguia enxergar um palmo na frente de seu nariz.
Tateando pela parede viscosa, ela vai se aproximando do fim do beco.
Este terminava com uma sólida parede, na frente dela, dois lumes azuis prateados brilhavam proporcionando uma parca iluminação no ambiente.
Não havia como identificar de onde se originavam, estavam lá inertes brilhando.
Em busca da luz, Luna sai feito uma mariposa atraída pelo lume da vela, sem se preocupar com as consequências do seu ato.
Cada passo vencido, mais próximo da fonte de luz ela ficava.
Faltando dois passos a ser dado, Luna para, respira profundamente e aliviada por ter sobrevivido ao cataclismo.
Nesse exato momento ela sente os seus braços e pernas serem agarrados, gritando apavorada procura se soltar. Porém sem conseguir, a pressão aumenta, ela é puxada para ambos os lados.
Gritando, implorando e chorando Luna se debate contra as amarras que lhe prendem.
Sentindo os seus membros serem puxados ao extremo, escuta os seus ossos se quebrarem feito frágeis cascas de ovos, em meio a dores atrozes ela vê o seus membros serem decepados e o seu corpo caiu ao solo imundo como uma boneca velha e maltratada.
Em choque devido aos ferimentos, dores e a perca de sangue que esvai aos borbotões, emudece ao ver surgir a sua frente um ser de rara beleza.
Tão lindo que ofuscava aos elementos da natureza, sua pele branca e marmórea, não possuía uma macula sequer.
Seu corpo era perfeito, tinha sido criado para ser acariciado, mimado, admirado e amado.
Morrendo lentamente Luna se encontra em êxtase admirando tão belo homem.
É neste momento que do abdômen perfeito, uma fissura se abre e tentáculos denteados saem em busca do que sobrou da desavisada escrava.
Enrolando e envolvendo em torno do tronco dela, prende-a e a puxa de encontro à cavidade do estomago. Iniciando a comê-la pela parte inferior do corpo.
Sem forças para gritar Luna se vê sendo devorada aos poucos, dentada por dentada, por aquele que é objeto de adoração da população: O Deus vivo da Luz Sombria.
Lágrimas se misturavam ao sangue, nacos de carne e ao fluido digestivo que a criatura liberava no ato de se alimentar...









Orion, 28/02/3028.

Pernas e braços femininos foram encontrados jogados no rio, presos aos lixos e monturos da sociedade moderna do 13º planeta da Constelação de Orion.
Enquanto no pátio central da cidade, uma estatua magnifica de mármore representa o Deus protetor da polis.
Ele representa o ideal de beleza, virtudes e valores que a sociedade idolatra e propaga: O Deus da Luz sombria, a bondade encarnada na pureza da beleza.
A dez quadras dali um beco sombrio rescende a podre, a medo, a morte, ao caos, a pecados escondidos e acobertado pela escuridão.

A Renda Negra.

A renda negra.
Mia Hertz.
Já passava das nove, todos os corredores do andar estavam vazios. A iluminação escassa tornava o ambiente sombrio e melancólico.
As grandes janelas permitiam que vislumbrasse a cidade e as suas luzes, parecendo um festival de cores em um fundo negro. O silêncio do local era perturbado pelo eco de saltos de sapatos que batiam ao encontro do piso a cada passo dado.
Toc... Toc... Toc... Ressoando, para não se falar que eles retumbavam no mórbido mutismo que impregnava o espaço. A dona deles andava lentamente pelos corredores, em busca da saída.
Trajando um vestido preto de estilo reto e com decote em v, que moldava a silhueta com elegância, suas pernas estavam cobertas por meias negras; usava sapatos pretos e levava uma bolsa preta a tiracolo.
Em suas orelhas reluzia o brilho prateado de brincos que se envolvia entre os cabelos castanhos curtos. Possuía uma face comum, não era aquele tipo de beleza estonteante das grandes atrizes ou mesmos das belas modelos que estampavam as famosas revistas de moda.
No entanto, possuía um sorriso luminoso que iniciava nos olhos e terminava na boca carnuda, que alias estava pintada de um vermelho rubro, destacando-a.
A cada passo dado, brincava com as chaves entre os dedos. Ao passar pelo saguão deu uma última olhada para trás conferindo o largo corredor e as portas e janelas fechadas. Abrindo a grande porta de vidro sai em busca do elevador. Entrando nele, aperta o botão do subsolo. Rolando as chaves e entre os dedos, espera pacientemente a descida pensativa.
A porta se abre silenciosamente, expondo um lugar vazio e silencioso. Olhando para frente ela atravessa todo o espaço, fracamente iluminado. Ao virar a direita passa por diversas pilastras de concretos que se encontram mergulhadas completamente na escuridão.
Na penúltima pilastra, ela é amordaçada por uma mão e abraçada por um braço forte, que lhe puxa de encontro a um peito. Sentindo a ofegante respiração em seu pescoço, começa a se debater procurando escapar do forte agarre.
Quanto mais se debate, mais ele a traz de encontro ao seu peito. Apertando-a contra o seu corpo. Seus lábios deslizavam na curva suave do pescoço, sentindo o gosto da pele e aspirando o perfume que emana da mesma, embriagando-o.
Lambendo a pele até a orelha, mordisca lentamente, enquanto a mão espalmada acaricia o ventre em direção ao seio dela. Fechando a mão nele aperta suavemente como se através das camadas de roupas pudesse sentir o calor e a maciez do mesmo.
Se esfregando em seu bumbum, deixando-a sentir a ereção que começa a despontar. Afoitamente passa a língua em seu maxilar, afastando a mão para poder se aproximar dos lábios rubros e carnudos dela.
Mordiscando de leve, afasta-se e a vira de encontro ao seu corpo, beijando-lhe a boca. A língua dele devassa a macia cavidade. Em busca da dela, acariciando vigorosamente, começa a incitá-la para acompanhar o ritmo. Mergulhando em um beijo profundo, se entrega a sensação prazerosa que lhe toma os sentidos. Sentindo as pernas fraquejarem, o que a leva a se encostar-se ao amplo peito masculino em busca de apoio.
Arrepios a percorrem de cima a baixo e o seu útero lateja, como se estivesse na expectativa de algo mais. Mãos acariciam costas, seios, coxas e saem em busca da barra do vestido.
Subindo lentamente, enquanto acaricia a perna coberta pela sedosa meia seguindo de encontro à calcinha de renda preta. Em um ímpeto a rasga, caindo em frangalhos no chão do estacionamento.
Guiando a mão ao sexo dela, acaricia lentamente o seu púbis e indo de encontro à vagina. Tateando e explorando o órgão, enlouquecendo a mulher em seus braços. Que freneticamente rebola em sua mão em busca de satisfação.
Abrindo a calça, ele retira o turgido pênis, levanta-lhe o vestido até a cintura, erguendo-a, direciona o seu órgão ao encontro da vagina dela.
Ela enlaça os braços no pescoço dele, enquanto morde o seu queixo e o lambe, sentindo o sabor masculino. Prendendo as pernas no quadril dele e se deixa levar nos movimentos dele. Embalada e empalada nele, sussurrar em seu ouvido:
-Amor, essa é a terceira calcinha essa semana que você rasga! Desse jeito ficarei sem nenhuma!
Passa a língua em sua orelha e segue em busca da boca dele, enquanto aperta mais forte os braços em seu pescoço. Beijando-o se entrega as suas carícias...

Te conto a noite: Crônicas de Orion!

Te conto a noite: Crônicas de Orion!: "Sonhos Perdidos na noite... Mia Hertz. Doze de fevereiro de 3020. Constelação de Orion, decimo terceiro planeta colonizado por..."

Crônicas de Orion!

Sonhos Perdidos na noite...



Mia Hertz.











Doze de fevereiro de 3020.
Constelação de Orion, decimo terceiro planeta colonizado por humanoides.


A temperatura caíra rapidamente esfriando a superfície do planeta.
Afastando a sensação térmica de calor que infernizara a população durante o dia inteiro.
Em uma praça esquecida no centro da cidade, a estatua de uma amazonas se sobressaía.
Em pé, com uma espada de bronze em riste apontando para o céu, um mudo desafio aos elementos da natureza.
Sua aura guerreira impressionava aos incautos pedestres com a veracidade dos seus traços esculpidos no metal.
Ela parecia uma muda guardiã, que vigiava e protegia a todos no local.
No entanto, era apenas uma silenciosa e impotente testemunha das atrocidades que ocorriam nos recantos sombrios das ruas e vielas.
Lentamente a noite caia lançando sobre a praça e ruas adjacentes o seu manto escuro.
Envolvendo, cobrindo e acobertando a todos, fornecendo uma falsa ideia de proteção e segurança.
Era nesse momento que os seres perversos e pervertidos, usavam do seu manto para esconder os seus pecados e maldades.
Próximo dali, em um beco escuro, sujo e decadente, uma mulher maltrapilha, com os olhos esfomeados e lacrimejantes, arfava encostada na parede, procurando encontrar energia em seu magro corpo.
Respirando ofegante em busca de oxigênio.
Enfraquecida pelo frio e pela fome, que a torturava constantemente a cada instante; procurava um local aquecido para ser usado como abrigo e esconderijo.
Seus olhos vagueiam eletricamente pelo ambiente, mas nada encontra.
Sentindo o desespero e a frustação envolve-la, deixa correr livremente as lágrimas retidas há tanto tempo.
As mesmas correm livremente rosto abaixo, deixando um rastro limpo na tez encardido.
Debulhando em lágrimas e com dores pelo corpo, ela inspira profundamente procurando a saída daquele labirinto de dissabores que lhe purga a alma.
Forçando os pés a caminharem um passo a mais, quando uma sombra cobre o recinto escondendo os pontos de luzes que iluminava parcamente o beco.
A criatura que se aproximava, era disforme, seu corpo era um amontoado de restos de corpos em decomposição, costurados a ermo, exalava um odor de podre que empesteava o ar e deixava tudo e a todos ao seu redor nauseado.
Sentindo a sensação de medo e de desespero envolver ao seu ser; tomada por calafrios e tremula, ela escuta as batidas do seu próprio coração como se fosse uma batucada ao longe.
Na boca, ela sente o amargo gosto de fel, a adrenalina corre loucamente em sua corrente sanguínea, dando o impulso necessário para que lute pela sua sobrevivência.
Tentando se afastar, ela sai tropegamente, tateando e tropeçando, enquanto gemidos e lamentos saem dos seus lábios trêmulos e lágrimas escorrem pela sua face.
Escorregando, cai ao chão, se arrastando procura fugir quando sente que o seu pé foi aprisionado.
Gritando e soltando chutes, procura se livrar do seu captor.
Quanto mais lutava contra o agarre, mais próximo ficava da besta.
Foi nesse instante que ela sentiu que garras dilaceravam seu magro corpo, retalhando –o.
Lançando nacos de carne, nas paredes e no solo, pintando grotescamente tudo ao seu redor de sangue.
Se esvaindo em sangue e percebendo que sua essência de vida fugia lentamente a cada respiração ofegante.
Olhando o céu, se entrega a dormência que lhe envolve.
Observando as estrelas que brilham no firmamento fita pela última vez o seu olhar na lua.
Em suas pupilas vidradas, fatos de sua miserável vida passa como se fosse um filme de quinta categoria, inapropriado ao Oscar da academia de cinema.
Nesse momento, sente as garras rasgarem lentamente o seu pescoço...









Treze de fevereiro de 3020.

O nascer do sol, sempre era um espetáculo a parte, pois indicava que o dia seria maravilhoso.
Quando os primeiros raios iluminaram o beco, um quadro dantesco se apresentava.
No centro do local, uma cabeça feminina fitava ao vazio, seus cabelos esparramavam solo abaixo, como se fossem uma toalha negra.
Em volta dela pedaços de corpo meio comido jogados de qualquer jeito, ossos reluzindo entre mordidas e nacos de carne serrilhada por dentes pontiagudos.
As paredes rubras de sangue pareciam um pano de fundo a colorir o espetáculo grotesco.
Na atmosfera nauseante ficaram apenas resquícios dos sonhos desfeitos, das dores e miséria de uma mulher morta em vida, perecida na fome de um zumbi humanoide.